No fim da vida, tal como a conhecemos no momento, há sempre muito mais que começa.
O processo de luto é o que de mais universal temos e o que mais tememos falar. O luto não é uma doença mas sim um processo onde o tempo de cada um é respeitado, onde as tarefas a elaborar são mais importantes do que a fase em que se “está”. Fazemos sempre lutos, de perdas menores ou maiores, e por vezes precisamos de ajuda para os integrar.
A Consulta do Luto orienta-se pela integração de várias abordagens, valorizando a que se mostre mais indicada a cada momento do processo e às necessidades que se levantam (modelo Integrativo-Relacional). Afigura-se, assim, como uma resposta a todas as pessoas que enfrentam perdas e mudanças intensas. Falamos de perda no sentido mais abrangente: a doença crónica (como a diabetes, doença oncológica…) e a adaptação a novas rotinas, a antecipação e “preparação” para uma perda eminente, o divórcio e separação, a perda perinatal, bem como a perda por morte.
Pela nossa experiência clínica, considerando ainda os estudos existentes, a tendência de inibir o processo de luto não é irrelevante: adiar, disfarçar, racionalizar, funcionar sem sentir e sem integrar. O desconhecimento sobre o luto nas crianças e adolescentes aumenta esta desvalorização, adiando problemas. Os mitos e obrigações sobre os adultos, em que “há que seguir para a frente”, deixa-os sem respostas de apoio e abre espaço a um luto patológico.
Pretendemos, assim, criar uma resposta especializada a investigação e intervenção nestas áreas. A consulta pretende dar voz à dor da perda e dos acontecimentos de vida, conhecendo o seu impacto e ajudando a trilhar um caminho de reintegração da perda.