«Estrelas & Ouriços Artigo opinião » “O meu filho de 2 anos precisa de terapias… E agora?”– Dra. Raquel Corval & Dra. Sara Figueiredo

Muitos pais apercebem-se desde cedo que alguma coisa se passa com o seu filho, levando-os (e muito bem!) a procurar uma opinião especializada. Neste processo, surge, por vezes, o diagnóstico de uma perturbação do neurodesenvolvimento. Outras vezes, identificam-se sinais de alarme, lacunas no desenvolvimento. Numa situação ou noutra, importa que a intervenção se inicie o mais precocemente possível.

Partilhamos agora algumas dúvidas que os pais muitas vezes têm  sobre esta “intervenção precoce”. As respostas são validadas pela investigação, que associa as práticas que descrevemos a melhores resultados no desenvolvimento das crianças pequenas.

R: Não! Quanto mais cedo começar, maior será a plasticidade cerebral do seu filho o que facilitará as aprendizagens e aumentará o ritmo dessas aquisições.

P: Que terapias devo escolher?

R: Aconselhe-se juntos dos profissionais que fizeram a avaliação do seu filho. Mas importa reter… quanto menos profissionais envolvidos, melhor! A escolha deve ser feita em função das necessidades identificadas.

P: Será que o meu filho deverá ficar sozinho com o terapeuta?

R: Seguramente, não! Participe, sempre que possível. Assim, os minutos da sessão podem transformar-se em inúmeras oportunidades de aprendizagem, pois as estratégias usadas na consulta podem ser replicadas no vosso dia-a-dia.

P: Onde deve ocorrer a intervenção? Na minha casa, na creche/jardim de infância? Ou numa clínica?

R: Esta escolha depende de muitos factores. Mas, a investigação é muito clara: o envolvimento dos pais, e uma forte parceria família-profissionais é uma das chaves do sucesso. De que vale um técnico ir a sua casa ou à escola se “trabalhar” exclusivamente com o seu filho? Mais do que o local importa a forma como as coisas são feitas!

P: O que vamos trabalhar nas sessões de terapia?

R: Pergunte sempre, não fique com duvidas! Mas, os objetivos deverão ser definidos tendo também em conta as suas prioridades e preocupações sobre o seu filho, e passíveis de serem implementados nas vossas rotinas diárias.

Não tendo nós uma solução de tamanho único, estes são alguns dos ingredientes a ter em conta na escolha “das terapias” em idades precoces, ou seja, entre os 0 e os 6 anos (ou até à entrada para o 1º Ciclo).

Para concluir, quando é necessária a intervenção,  o nosso conselho é: COMECE CEDO e COMECE BEM.

Autoras:
Raquel Corval – Psicóloga com especialização avançada em Intervenção Precoce
Sara Figueiredo – Psicóloga com especialização avançada em Intervenção Precoc