Na edição da SÁBADO , o Dr. Nuno Lobo Antunes aborda os maiores problemas do confinamento e identifica os sinais de alerta nas crianças. 

O neuropediatra diz que há um lado negro da pandemia (e um lado bom também). Identifica os sinais de que uma criança está a ficar saturada de estar em casa. E diz qual a faixa etária mais problemática (os adolescentes)

Nuno Lobo Antunes falou com a SÁBADO ao telefone, às nove da manhã de um dia de semana. O médico está em teletrabalho, assim como a restante equipa do seu centro de psicologia, o PIN Progresso Infantil. E isso inclui consultas à distância, por computador. O neuropediatra diz que ninguém pode dizer com honestidade o que a pandemia e o confinamento vão trazer às famílias. É tudo novo e ainda é muito cedo. Mas avança com algumas previsões.

Perspetiva alguma alteração nas famílias? Ou será algo apenas de curto prazo?

Tenho alguma dúvida que para a generalidade das pessoas tenha algum efeito duradouro. Há dois polos. O número de vítimas de violência doméstica sobe muito consideravelmente, alguns números apontam até 30%. A ansiedade em relação ao futuro económico das famílias, o desemprego e tudo mais, pode ser muito mau. Mesmo o abuso de crianças naturalmente vai crescer. Há um lado negro da epidemia. Por outro lado, cria oportunidades de as pessoas terem as refeições juntas, dia após dia, fazerem mais jogos em conjunto, os pais ajudarem mais nos trabalhos de casa e na aprendizagem. Portanto, dependendo das famílias, vai criar aproximações, noutros casos mais distorções e mais conflito.

Na entrevista, o médico fala sobre a continuidade ou não da medicação às crianças nesta altura, o que é que o ensino à distância traz de bom aos alunos com défice de atenção, o que se pode estar a passar com os adolescentes (a perda de aniversários, a exclusão de grupos no WhatsApp, etc) e como é que os pais se devem comportar.

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