Núcleo de Perturbações Alimentares do PIN nasceu como resposta ao elevado número de casos diagnosticados e por identificar, e pelo importante impacto físico, emocional, social e escolar das perturbações que envolvem a alimentação.

As perturbações alimentares incluem alterações no comportamento alimentar normal. A aprendizagem desses padrões ocorre cedo na interação com a mãe, quando o bebé aprende a distinguir os primeiros sinais de fome, desenvolve preferências alimentares e atribui significado aos momentos das refeições. É neste período que podem surgir as birras alimentares, a recusa de certos alimentos, ou até mesmo a ingestão de alimentos sem qualquer controlo. Os comportamentos alimentares desajustados de início precoce são fatores de risco de uma potencial perturbação alimentar. As perturbações alimentares incluem a anorexia nervosa, a bulimia nervosa, a perturbação de ingestão compulsiva, ARFID “Avoidant and Restrictive Food Intake Disorder”, pica, ruminação. Habitualmente, são diagnosticadas tardiamente, o que agrava o prognóstico.

A abordagem que propomos é multidisciplinar, incluindo Pediatria de Neurodesenvolvimento, Nutrição, Psicologia, Pedopsiquiatria. O diagnóstico deve ter em atenção a possível existência de outras patologias associadas. A caracterização do perfil global da criança ou adolescente é importante para planear o tratamento.

A consulta do Núcleo das Perturbações Alimentares do PIN tem três grandes objetivos: avaliar de forma precoce as crianças, adolescentes e respetivos pais, fornecendo estratégias  para o controlo de comportamentos alimentares desajustados; prevenir a sua evolução para uma perturbação alimentar mais grave; intervir de acordo com as estratégias mais atuais e de acordo com o perfil de cada criança ou adolescente.