Reflexão sobre artigo do Washington Post

Uma reflexão de Ana Rodrigues sobre este artigo do Washington Post.

“Nunca gostei da palavra Imaturidade para referir aqueles comportamentos que já não deveriam existir em crianças, jovens ou adultos em determinada idade. Serve para descrever sempre alguém que faz e diz coisas que já não seriam expectáveis. Nunca gostei, porque imaturo parece referir-se a algo que ainda vai “amadurecer” e que, assim, sendo, dá para ficar à espera, como se espera que a fruta amadureça com o tempo.

Depois, porque é uma palavra que desculpa não querer ver melhor, não quer fazer diagnósticos, não querer intervir em tempo util ou, talvez, não saber que o desenvolvimento pode ser diferente, que as diferenças se devem a mil factores que interagem mas que têm, na maior parte das vezes uma base biológica.

Por isso sempre me aborreci com aquela expressão… “sabe, ele/ela é so imaturo/a”; ou “é ainda muito imaturo, mas vai crescer” e por aí.

Mas, no fundo, a palavra imaturidade até tem algo de verdade. Quero dizer, na verdade, muitos dos comportamentos das crianças que levam os adultos a designa-las de imaturas, são efectivamente a expressão de diferenças biológicas de desenvolvimento”, muitas vezes de ritmo ou de padrão que origina a diferença. A questão é que a diferença se pode manter ao longo do tempo ou mesmo aumentar face a novos e mais complexos desafios.

Ao ler este artigo, como muitos outros a palavra Imaturidade ganha outro sentido. Mais adequado e mais compreendido no plano do desenvolvimento. Sim, aceito que exista um desenvolvimento diferente no tempo e no espaço de desempenho… mas pronto, continuo a não gostar de chamar a isso Imatiridade. Porque sei que não é bom para ninguém – em especial para o próprio fica – à espera que, com o tempo, a maturidade surja…”

Study shows brain connections slower to develop in youth with ADHD