SABES QUAIS AS TUAS COMPETÊNCIAS?

Pensar o sucesso profissional, através das competências dos nossos jovens.

Atualmente, o mundo do trabalho está a sofrer uma enorme mudança, mudança essa que não é acompanhada pelos currículos que temos hoje nas nossas escolas. Estarão as nossas  crianças a trabalhar as competências que vão precisar para serem bem sucedidos profissionalmente no futuro?

As profissões do futuro irão sofrer uma mudança drástica e rápida nas próximas décadas, consequência de um avanço muito rápido no desenvolvimento das tecnologias, e de facto, a educação não está a acompanhar esta mudança.

Até aqui, o foco da orientação vocacional estava nas aptidões (olhar para o que fazemos bem ou no que temos facilidade em aprender) e nos interesses (descobrir o que gostamos ou nos interessa). No entanto, com as atuais mudanças no mercado de trabalho, surge uma nova dimensão na qual nos devemos focar e explorar melhor – as competências, isto é, o que fazemos bem, como resultado daquilo que aprendemos e praticamos. Ora, são estas competências que serão a chave para o sucesso profissional.

A teoria de Murilo Gun, define cinco tipos de competências essenciais para o sucesso. A exploração destes cinco conceitos começa a fazer parte do processo de orientação vocacional e permite aproximar cada vez mais o nosso trabalho à realidade dos nossos jovens.

A primeira competência, a inteligência intrapessoal, refere-se à capacidade de autoconhecimento. É suposto que num bom processo de orientação vocacional exista um investimento significativo nesta dimensão. Digamos que é o ponto de partida de um trabalho deste tipo.

A segunda competência, a inteligência interpessoal, implica a capacidade de analisarmos e compreendermos o outro, bem como, desenvolvermos empatia pelo outro.

A terceira competência, a mais falada pela comunicação social, é a criatividade. Quando falamos desta competência não falamos da capacidade de produzir obras artísticas, falamos sim da competência para inovar na solução de todo o tipo de problemas, em ter um pensamento “fora da caixa”, em ser diferente do padrão para lidar e solucionar problemas.

A quarta competência, relaciona-se com as tecnologias, a competência interartificial aborda a ligação que estabelecemos com a inteligência artificial, isto é, a relação entre a inteligência humana e a inteligência artificial da máquina. Uma vez que se prevê que quase metade das profissões que conhecemos vão ser substituídas pela inteligência artificial, conseguimos perceber o quanto importante é esta competência, sendo essencial saber interagir e usar esta inteligência.

Por fim, a quinta competência, a inteligência “aprendedora/educadora”, fala-nos da capacidade de aprender e educar, numa era em que existe tanta informação disponível para todos, saber selecionar informação, ter curiosidade por aprender, mantermo-nos atualizados e sabermos passar aos outros os nossos conhecimentos, é de facto uma competência fundamental.

Perante isto, será que a escola de hoje prepara as crianças para o desenvolvimento destas competências? Temos que parar e pensar verdadeiramente sobre esta questão.

Aqui entra também a responsabilidade e importância do orientador vocacional, trabalhar com os jovens estas competências, de forma a prepará-los para as profissões do futuro e para o mercado de trabalho cada vez mais diversificado e competitivo que os espera.

Artigo desenvolvido pela equipa de orientação escolar e profissional do PIN:

Inês Bravo, Psicóloga Educacional
Matilde Passanha, Psicóloga Clínica
Rita Ávila, Técnica Superior de Educação Especial e de Reabilitação Psicomotora